IV ENCONTRO DO NECC (Núcleo
de Estudos Culturais Comparados – PPGMEL/UFMS
I COLÓQUIO do Núcleo de
Artes Visuais em (re) Verificações Epistemológicas - Curso de Artes Cênicas/
UEMS
COORDENAÇÃO DO ENCONTRO:
Prof. Edgar Cézar Nolasco (NECC/UFMS;PACC-UFRJ) & Prof. Marcos Antônio Bessa-Oliveira (NAV(r)E/UEMS)
DIAS DOS DEBATES DO NECC: 17, 18 E 19 DE MAIO
HORÁRIO: DAS 9H ÀS 12H
LOCAL: ANFITEATRO DO CCHS
DIAS DOS DEBATES DO
NAV(r)E: 24, 25 E 26
HORÁRIO: DAS 14H ÀS 17H
LOCAL: ANFITEATRO DO CCHS
TEMA
DO NECC: ENTRE PÂNTANOS, CERRADOS E
FRONTEIRAS: por um lócus geoistórico biográfico crítico
TEMA
DO NAV(r)E: PESQUISA(S) EM ARTE(S)
CÊNICA(S) EM CENA NA UEMS
IV Encontro do NECC na
UFMS – MAIO DE 2017
I COLÓQUIO do Núcleo de
Artes Visuais em (re) Verificações Epistemológicas - Curso de Artes Cênicas/
UEMS
NECC (Núcleo de Estudos
Culturais Comparados – PPGMEL/UFMS
UFMS – Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul – FAALC
Coord. Prof. Edgar Cézar
Nolasco
ENTRE PÂNTANOS, CERRADOS E FRONTEIRAS:
por um lócus geoistórico biográfico crítico
Tendo por temática ENTRE
PÂNTANOS, CERRADOS E FRONTEIRAS: por um lócus geoistórico biográfico crítico, o
IV ENCONTRO DO NECC visa discutir acerca das possíveis especificidades de uma
crítica erigida a partir da fronteira–sul, que compreende o estado de Mato
Grosso do Sul (Brasil) e os países lindeiros Paraguai e Bolívia. Tal
postulação, assentada no que se atende por Crítica Biográfica Fronteiriça, ou
Estudos Fronteiriços, acredita que quando se tem por priorização o lócus geoistórico
do lugar, somado às sensibilidades biográficas e locais dos envolvidos, mais
uma consciência fronteiriça dos sujeitos do lugar, tem-se, por conseguinte, uma
teorização biográfica fronteiriça que
sustenta e propõe, por conseguinte, uma epistemologia
fronteiriça. Para fazer jus ao título do Encontro, ENTRE PÂNTANOS, CERRADOS
E FRONTEIRAS encampa e traduz paisagens reais e imaginárias que estão traçadas
no corpo política ( bios e lócus) de
uma crítica do lugar. Longe de estéticas e universais abstratos, a proposta
aqui encetada, grosso modo, traduz a
realidade da diversalidade que
desenha o mundo neste século 21, quer seja pelo mal-estar sentido por todos os
corpos do/no presente, quer seja pela exigência de uma desmetaforização
demandada pela teoria e crítica recentes. Não se trata de ser bairrista,
provinciano, como os desavisados poderiam apressadamente supor; nem muito menos
de ser simplesmente universal, como ainda pensam aqueles que endossam o coro
dos contentes com o pensamento moderno abstrato. A questão que se impõe é de
natureza crítico-conceitual: saber que se pensa melhor a partir de nosso lócus geoistórico e biográfico cultural, seja ele
de ordem central ou periférica, e que esse discurso erigido a partir de um
determinado lócus não pode falar pelos demais loci geoistóricos. Assim cai por terra aquele velho, moderno e
castrador costume, ainda tão comum em nossos dias, de se achar no direito de
uns falarem sobre os outros. Falar a partir
do pântano, do cerrado ou da fronteira pode emblematizar o perigo e o
cuidado que devemos ter quando almejamos pensar melhor na diferença colonial
que nos constitui como sujeito de uma história local pessoal que é única,
pessoal e intransferível, apesar de ser também muito parecida com a de muitos
outros. O mundo global atual não nos iguala; antes nos encurrala. A travessia é
cada vez mais estreita e os perigos são cada vez maiores. Somos todos, em algum
sentido, refugiados de nós mesmos. O estranho nos habita. Acostumamo-nos a repetir conceitos e teorias como se eles
tivessem na história um lugar certo para nascer. Quando, na verdade, eles
também são produzidos a partir de meu
lócus, eles também estão ao meu lado, estão a partir de mim, a partir de meu bios. Enfim, quando aprendemos a
contornar nosso lócus geoistórico
biográfico crítico (como se lê no subtítulo), podemos tirar a tarja e ver
os olhos castradores que nos cegam.
Dia 17 de maio de 2017 – Quarta-Feira – das
09:00hs às 12:00hs
Lançamento de Livro: Absurdidades Poéticas do Mestre e
Neccense Alex Domingos
Mesa 01 – NECC E A
PESQUISA ACADÊMICA I
Coordenação Prof. Dr. Edgar
Cézar Nolasco
A HORA DA ESTRELA:
a hora do bios e do político em
Clarice Lispector
Anny Marques –
PIBIC/CNPq;NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo estudar a vida e a obra da
escritora brasileira Clarice Lispector por meio do romance A Hora da Estrela (1977) visando elaborar uma autobiografia
ficcional da autora. Sendo assim, a relevância do trabalho reside no fato de
que a obra será lida na diferença sob o recorte epistemológico crítico
biográfico fronteiriço, interpretação pouco explorada pela academia brasileira.
Em vista disso, várias questões ainda precisam ser abordadas - políticas e
sociais - e revitalizadas no que convêm às características presentes na obra de
Clarice, que, nesse ano, completa 40 anos tanto de sua última publicação quanto
de sua morte. Nossa pesquisa fundamenta-se na crítica biográfica fronteiriça,
na qual se compreende uma leitura singular partindo de nosso biolócus (bios +
lócus) e de nossas sensibilidades locais. Logo, nosso trabalho respalda-se
teoricamente em autores como Eneida Maria de Souza em Janelas Indiscretas (2011), Edgar Cézar Nolasco em Caldo de Cultura (2007) e Walter Mignolo
em Histórias locais\Projetos Globais
(2003).
PALAVRAS-CHAVE: Crítica biográfica
fronteiriça; Autobiografia ficcional; A Hora da Estrela; Política
N’A
HORA DA ESTRELA NASCE A FLOR DE MULUNGU: Clarice Lispector e Conceição
Evaristo
Viviani Cavalcante de
Oliveira Leite – NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: O presente trabalho visa apresentar um estudo comparativo
do conto “Macabéa, Flor de mulungu”, de Conceição Evaristo (2012), publicado no
livro Extratextos I – Clarice Lispector: personagens reescritos, organizado por
Mayara R. Guimarães e Luis Maffe (2012), que reescreve e reatualiza a novela A hora da estrela, de Clarice Lispector
(1977). Para tanto, propomos uma leitura comparatista das referidas narrativas,
a fim de ler o conto de 2012 como uma reescrita e suplemento cultural da novela
de 1977. Nosso objetivo é analisar a narrativa de Evaristo enquanto uma criação
paralela que suplementa a última obra publicada por Lispector em vida. Assim,
visamos apontar semelhanças e diferenças entre as protagonistas da década de
1970 e de 2012, observando como se dá o relançamento da emblemática e fraca
heroína de Clarice no conto de Conceição, que, por sua vez, recria a miserável
e virgem jovem alagoana, fazendo-a (re)nascer em flor de mulungu trinta e cinco
anos após a ascensão da estrela. O aporte teórico deste estudo centra-se nos
postulados da literatura comparada. Também serão de suma importância para nossa
leitura os postulados teóricos da crítica biográfica e da pós-colonial, uma vez
que os estudos comparatistas estão, cada vez, mais, buscando tal aproximação.
Da crítica biográfica, destacamos os livros de Eneida Maria de Souza, como Crítica Cult(2002); já da crítica
pós-colonial, mencionamos os trabalhos de Walter Mignolo, como Histórias locais\Projetos globais
(2003).
PALAVRAS-CHAVE: Literatura Comparada; Clarice Lispector; Conceição
Evaristo.
NARCOLITERATURA: trajetória e representação do narcotráfico na
literatura
Thiago Oshiro Linhar –
NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: Este trabalho propõe uma
abordagem ao narcotráfico através de duas importantes obras pertencentes à
chamada narcoliteratura. A primeira La
virgen de lossicarios do escritor colombiano Fernando Vallejo publicada em
1994 e a outra do autor mexicano Yuri Herrera, intitulada Trabajos del reino que teve sua primeira publicação no ano de 2004.
Buscaremos evidenciar, através das referidas obras, dez anos de representação
narco na literatura hispano-americana. Para uma melhor compreensão, abordaremos
brevemente a trajetória do narcotráfico, – pelo viés da pós-colonialidade –
desde o surgimento de práticas ilegais até a formação e consolidação da
narcocultura. A relevância da pesquisa consiste em tratar sobre um tema ainda
pouco explorado por pesquisadores brasileiros, ainda que o assunto seja de
grande importância para os atuais problemas que nosso país enfrenta em ralação
às facções criminosas, problemas estes que se agravam ainda mais na tríplice
fronteira do estado de Mato Grosso Do Sul, divisa com Paraguai e Bolívia, sendo
a principal rota de entrada das drogas no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Narcoliteratura;
Fernando Vallejo; fronteira.
O INTELECTUAL ANTONIO CALLADO: epistemologias
outras para além do literário em Quarup
Fernando Abrão Sato
NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: A proposta tem por objetivo
o estudo crítico-biográfico-fronteiriço do Quarup
(1967), de Antônio Callado, evidenciando o esgotamento das epistemes coloniais
e modernas que constituem o movimento tensivo do romance. O projeto se respalda
nos fundamentos da crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013; 2016;
MIGNOLO, 2004; NOLASCO, 2013; 2016) visto que visamos: i) à criação do perfil
intelectual de Antonio Callado por meio de suas sensibilidades biolocais (lócus
+ bios) no limiar entre a vida e a obra estudada; ii) à leitura pós-colonial
dos saberes marginais postos no romance; iii) à construção de um pensamento
liminar na obra que transcende as fronteiras do literário e do moderno. Os
resultados apontarão para a emergência da ressignificação de Quarup, por fora das teorias
estetizantes, haja vista sua importância situacional no Golpe Militar de 64 e
sua ressignificação política e epistemológica nas fronteiras do presente com o
passado.
PALAVRAS-CHAVE: Marginal. Antonio
Callado. Pensamento Liminar.
O CORPO BOJUDO DOS “BUGRINHOS” DE
CONCEIÇÃO VELAM UMA TRISTEZA INCORRIGÍVEL
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: O ensaio pretende discutir
acerca da condição na qual se encontram os povos subalternos na zona de
fronteira entre Brasil/Paraguai/Bolívia, tendo como produção cultural para
ilustrar a discussão crítica os “Bugrinhos” esculpidos pela artista plástica e
indígena Conceição dos Bugres. Para a discussão proposta, alguns conceitos
tornam-se imperantes, como o de “corpopolítica” e o de “exterioridade”, por
exemplo. Com base na discussão que contempla o primeiro conceito, buscarei
contornar os corpos bojudos dos “bugrinhos” esculpidos pela artista, visando
pontuar que sensibilidades biográficas e locais neles se desenham que não podem
ser compreendidas nem pela estética
moderna e nem muito menos pela teoria moderna. Já o conceito de “exterioridade”
servira para justificar que os povos subalternos, bem como produções culturais
como a de Conceição, encontram-se na borda do fora do pensamento moderno.
Assentada na leitura da crítica biográfica fronteiriça, a discussão proposta
visa propor uma conceituação teórica e crítica que amplie a compreensão do
lócus fronteiriço em questão.
PALAVRAS-CHAVE: Crítica biográfica
fronteiriça; “Bugres” de Conceição dos Bugres; Subalternidade; Sensibilidades
biográficas e locais; Crítica pós-colonial latina
Dia 18 de maio de 2017 – Quinta-Feira – das 09:00hs às 12:00hs
Mesa 02 – NECC E A
PESQUISA ACADÊMICA II
Coordenação Prof. Dr. Edgar
Cézar Nolasco
HÉLIO SEREJO E SUAS PAISAGENS CULTURAIS
Adrielly Vilela –
PPGMEL/CAPES/CNPq; NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ;NECC/UFMS
RESUMO: Neste trabalho propomos a discussão do bios e do lócus na obra do escritor sul-mato-grossense Hélio
Serejo. A leitura da obra do escritor fronteiriço será proposta a partir da
paisagem do estado de Mato Grosso do Sul. A paisagem crioula na concepção de
Serejo, considerando a fronteira, metáfora do crioulismo, que para ele é a
mistura de tudo que está presente na cultura do estado: a mistura de línguas e
povos da fronteira Brasil-Paraguai. Para fomentar nossa discussão nos valeremos
dos pressupostos teóricos da crítica-biográfica de Eneida Maria de Souza e das
teorias estudadas por Walter Mignolo no que tange a pós-colonialidade, além da
proposição do professor Edgar Cézar Nolasco, a crítica biográfica fronteiriça,
uma nova epistemologia que surgiu dos estudos feitos na e a partir da
fronteira. Nos valeremos dos conceitos de bios e lócus advindos tanto da
crítica biográfica quanto da pós-colonialidade e também, da proposta do
professor pesquisador Marcos Bessa-Oliveira sobre paisagem. A paisagem traçada
na obra do escritor sul-mato-grossense Hélio Serejo é composta justamente pelas
marcas de seu bios suscitados em suas experiências de vida, que ocorreram
nessas terras locais e se dá devido às suas vivências, caso contrário tal feito
não seria possível. Assim temos o bios do sujeito imbricado em sua produção
artística cultural sendo que seu bios se dá a partir de suas vivências
experienciadas em seu locus, o espaço geográfico que compreende a fronteira-sul
do Brasil, a fronteira entre o estado de Mato Grosso do Sul com os países
Paraguai e Bolívia.
PALAVRAS-CHAVE: Hélio Serejo;
crítica biográfica fronteiriça; paisagem.
CONVERSAS AO SUL: um olhar outro
sobre a transculturalidade na fronteira do MS
José Gomes Pereira –
PPGMEL;/NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: A transculturalidade é um
elemento primordial para se debater as múltiplas culturas que compõem a
fronteira. O presente trabalho procura analisar a transculturalidade no jovem
estado de Mato Grosso do Sul, baseando-se no aporte teórico dos estudos
pós-coloniais. Assim, há um intento de vislumbrar a realidade do povo local.
Gente de fala recorrentemente negada frente aos poderes hegemônicos do centro
que, na maioria das vezes, se arrogam no direito de dizer pelos oprimidos povos
que compõem a fronteira. A fronteira sul do estado reúne uma diversidade bela,
conflitiva e desafiadora dos conceitos hegemônicos advindos da modernidade.
Interagir com esta nova área dos estudos é alvitrar com propostas e
questionamentos contemporâneos essa peculiaridade. Apesar de existir uma gama
variada de culturas, pretendo discutir as especialidades locais à luz de duas
categorias que ilustrem tal realidade: a Associação Mães da Fronteira e a
produção cultural da artista plástica Conceição dos Bugres. Desta forma, esse
olhar outro se faz extremamente relevante e urgente, pois a história precisa
ser contada e recontada com a voz que vem da subalternidade fronteiriça.
PALAVRAS CHAVE: Transculturalidade;
Epistemologia fronteiriça, Fronteira sul do MS.
CLARICE LISPECTOR: quais mistérios
da tradução guardam O mistério do coelho
pensante e sua versão?
Mila Guimarães Darós –
PPGMEL;/NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: O cuidado em identificar
pontos críticos no desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação no
campo teórico crítico estimula a procura por novas formas de pesquisa, no caso
aqui apresentado, mais especificamente na expansão dos campos que envolvem os
estudos literários. Tendo esse aspecto em vista, este trabalho apresenta parte
de uma pesquisa maior que visa desenvolver reflexões sobre as relações culturais,
biográficas e tradutórias na obra O
mistério do coelho pensante, de Clarice Lispector, e sua respectiva versão
em língua inglesa: The mystery of the thinking rabbit. Tal versão, ainda não
publicada, foi datiloescrita e trás a pressuposta data do ano de 1975 e serve
como parte do material utilizado como objeto de desejo/pesquisa em nosso
trabalho por conter informações que vão além da fortuna crítica clariciana mais
aceita pela maioria. Para tanto, o aporte teórico é interdisciplinar e tem como
base a abordagem cultural, tendo em vista as teorias que abrangem a crítica
biográfica fronteiriça, principalmente no que concerne às contribuições de
Eneida Maria de Souza e Marcos Antonio Bessa-Oliveira. Todavia, este trabalho
busca apresentar parte das diferenças e semelhanças tanto quanto em relação à
cultura, quanto no que diz respeito à(s) cultura(s) que uma obra textual pode
apresentar em seu processo de criação, visando estabelecer um debate
teórico-crítico sobre as questões culturais e biográficas na produção voltada
ao público infantil da intelectual Clarice Lispector.
PALAVRAS-CHAVE: Crítica biográfica
fronteiriça; Tradução; Literatura Infantil clariciana.
LOBIVAR
MATOS: mancha
negra bulindo na cidade mais branca do mundo
Washington Batista Leite – PPGMEL/CAPES/CNPq; NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ; NECC/UFMS
RESUMO: O debate sobre a poesia
produzida na fronteira e suas práticas artístico-culturais ainda são retiradas
de cena no contexto de discursos totalizantes que insistem em não considerar
tal produção. Entretanto, com base em uma proposta epistêmica outra e da
crítica biográfica fronteiriça, pretendemos trazer uma leitura descolonial
outra da poética do intelectual fronteiriço Lobivar Matos. Nesse sentido,
propomos ilustrar nossa discussão com suas obras tituladas Areôtorare: poemas
boróros (1935) e Sarobá: poemas (1936) escritas na tríplice fronteira
(Brasil-Paraguai-Bolívia) ressaltando a contribuição do poeta marginalizado na
fronteira e das paisagens transculturadas na sua poética que ilustram os
bairros de Corumbá narrados nos livros. Sendo assim, a leitura parte de nosso
lócus epistemológico e como a poiesis lobivariana marca uma opção descolonial
epistêmica. Para construção de uma discussão teórico-crítica, utilizaremos de um
aparato teórico voltados para a perspectiva de contextos epistêmicos
descoloniais, como os estudos das sensibilidades biográficas e os estudos
pós-coloniais.
PALAVRAS-CHAVE: Lobivar Matos;
descolonial epistêmica; crítica biográfica fronteiriça.
Dia 19 de maio de
2017 – Sexta-Feira – das 09:00hs às 12:00hs
Mesa 03– NECC E A PESQUISA
ACADÊMICA III
Coordenação Prof. Edgar
Cézar Nolasco
O HOMEM ENVELOPADO: metáforas do
arquivo
Francine Carla de
Salles Cunha Rojas (CPTL/NECC/UFMS)
RESUMO: Ao longo de sua vida o escritor
mineiro Fernando Sabino foi o responsável por realizar um conjunto de ações
especificas e caracterizadas, principalmente, por se dirigirem a amigos já
falecidos como Mário de Andrade (1945), Otto Lara Resende (1992), Paulo Mendes
Campos (1991), Hélio Pellegrino (1988) e Clarice Lispector (1977). Ao tomar
para si o encargo de organizar e publicar as cartas trocadas com os amigos e
que dizem respeito aos volumes Cartas
perto do coração (cuja primeira edição data de 2001), Cartas na mesa (2002), Cartas
a um jovem escritor e suas respostas (2003), Sabino assume para si o papel
de arconte e, regido pelo princípio de reunião, entrelaça os tecidos da vida e
do tempo “envelopando” e "encadernando" a si e aos seus amigos. Dessa
forma, a presente explanação se deterá na formação das metáforas “homem
envelopado” e "homem encadernado" (Fernando Sabino) nascida a partir
do procedimento (des)arquivador de Sabino em relação às cartas. Para tanto,
através de uma metodologia bibliográfica, se valerá das considerações de
Jacques Derrida em Mal de arquivo:
uma impressão Freudiana (2001), Maria Helena Werneck em O homem encadernado (1992) e Eneida Maria de Souza em Janelas indiscretas: ensaios de crítica
biográfica (2011) e com o texto “Teorizar é metaforizar” (O lugar da Teoria
Literária). Os apontamentos críticos elencados auxiliarão no sentido de
entender que a concepção de metáforas nasce da consciência de que o arquivo é
tanto uma metáfora da memória quanto produtor de outras metáforas que o
compõem.
PALAVRAS-CHAVE: Crítica; Arquivo;
Reunião; Amizade; Fernando Sabino.
A VIDA ÍNTIMA DAS FRANGAS: diálogo
entre Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector
Milena Nolasco Marques
Silva – PIBIC/CNPq;NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ;NECC/UFMS
RESUMO: As pesquisas que abordam a
produção literária de Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector dão pouca atenção
a produção infantil dos escritores. Nesse seguimento, o nosso objetivo é
constituir uma relação de amizade entre Caio e Clarice Lispector mediado pelas
respectivas obras infantis As Frangas
(2001) e A vida Íntima de Laura
(1999), considerando a admiração e afeto de Caio por Clarice; as memórias que
ambos retratam, principalmente da infância, o que demonstra a forte ligação e
semelhança entre vidas e obras, assim como nas produções críticas e biográficas
sobre os autores; além das paisagens transculturais que transpassam o projeto
intelectual de Caio e Clarice. Por fim, as relações estabelecidas vão além da
metáfora familiar, visto que as memórias presentes nos arquivos literários e
biográficos dos escritores, bem como textos documentais e cartas biográficas,
aproximam vida e obra de Caio e Clarice por meio de empréstimos ficcionais
entre duas literaturas.
PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector;
Caio Fernando Abreu; crítica biográfica.
SILVIANO SANTIAGO: mil rosas (auto)biográficas
Pedro Henrique Alves de
Medeiros – PIBIC/CNPq;NECC/UFMS
Edgar Cézar Nolasco –
PACC/UFRJ;NECC/UFMS
RESUMO: Este trabalho propõe o estudo da autoficção/autobiografia
sob o viés da crítica biográfica fronteiriça na ficção romanesca de Silviano
Santiago, sobretudo, na obra Mil rosas roubadas (2014). Sendo assim, a
relevância da pesquisa reside no fato de que pouco se estuda a vida/obra do
escritor mineiro na academia brasileira, o que se comprova por não existir uma
biografia do autor. Em vista disso, pretende-se trabalhar a perspectiva
ficcional de Santiago aquilatada na formação de seu perfil intelectual
biográfico além das questões pertinentes à memória e à amizade que é tanto da
ordem do distanciamento, quanto da proximidade. Para isso, nos utilizaremos do
recorte epistemológico engendrado pela crítica biográfica fronteiriça à luz de
Edgar Cézar Nolasco em Perto do coração
selbaje da crítica fronteriza(2014) e “Crítica biográfica fronteiriça”
(2016), de Eneida Maria de Souza em Janelas
indiscretas (2011), de Walter Mignolo na obra Histórias locais/projetos globais (2003), de Francisco Ortega em Para uma política da amizade (2000) e
Jacques Derrida em Políticas da amizade
(2003).
PALAVRAS-CHAVE: Autoficção; romance;
crítica biográfica fronteiriça.
IV
Encontro do NECC na UFMS – MAIO DE 2017
I COLÓQUIO do Núcleo de
Artes Visuais em (re) Verificações Epistemológicas - Curso de Artes Cênicas/
UEMS
NAV(r)E – Núcleo de Artes Visuais em (re)Verificações Epistemológicas
UEMS – Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul – UUCG
Coord. Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira
RESUMO DA PROPOSTA DOS TRABALHOS DO NAV(r)E: As propostas dos trabalhos que serão discutidas nas três sessões
do Grupo de Pesquisa NAV(r)E – Núcleo de Artes Visuais em (re)Verificações
Epistemológicas – submetidas ao IV Colóquio do NECC (2017) têm como foco
primeiro evidenciar parte das pesquisas em Artes que estão sendo desenvolvidas
na UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UUCG – onde o Grupo
certificado pelo CNPq está cadastrado e aprovado. Todas as pesquisas estão
sendo desenvolvidas sob a orientação do líder do grupo nos cursos de Graduação
em Artes Cênicas e/ou no PROFEDUC, professor doutor Marcos Antônio Bessa-Oliveira
a partir de uma episteme teórico-crítica cultural, e que, de uma forma ou de
outra, são pesquisas que partem do pressuposto de (re)verificação da situação
de investigação teórico-crítica em que se encontra cada um dos objetos dos
trabalhos. As pesquisas têm como segundo foco de importância o fato de que
todas estão diretamente ligadas às disciplinas ministradas pelo orientador das
pesquisas na graduação em Artes Cênicas na UEMS, sendo elas “História (e
Teoria) da Arte” e “Artes Visuais” no 1º ano, “Itinerários Científicos III” e
“Arte Educação” no 3º ano e “Itinerários Científicos IV” e “Arte e Cultura
Regional” no 4º ano, onde também estão vinculados quase todos os pesquisadores
coautores destas, o que, de forma complementar, possibilita o constante debate
em torno dos te mas que aqui serão tratados. Nesse sentido, as diferentes
pesquisas que aqui serão apresentadas – sobre teatro, dança, ensino e a
história das artes e ainda a identidade e cultura indígenas e/ou as suas
produções artísticas de diferentes aldeias e etnias locais, sempre tendo como
ponto de partida para as reflexões o lócus enunciativo geo-histórico cultural sul-mato-grossense, mas sem querer
restringir as pesquisas ao local exclusivo do estado de Mato Grosso do Sul –,
tomam desde os Estudos Culturais até os Estudos Subalternos ou Pós-coloniais
como epistemologias investigativas para (re)verificação. Do mesmo jeito a
intenção de (re)verificação que está grafada desde o título do Núcleo não tem
nenhuma relação com ideias de reverificar por necessidades de continuísmos,
inclusões e/ou rupturas com histórias alheias. Portanto, no Grupo tem-se como
ponto principal as discussões entre a relação Arte X Ciência a fim de promover
a (re)verificação da produção artística como produtora de conhecimento, bem
como propor que as culturas marginalizadas pelos discursos hegemônicos
(europeus ou norte-americanos – moderno ou pós-moderno) como produtoras de arte
sem uma visada dualista.
Prof. Dr. Marcos Antônio
Bessa-Oliveira
Professor do Curso de Artes
Cênicas/UEMS
Dia 24 de maio de 2017 – Quarta-Feira – das
14:00hs às 17:00hs
Mesa 01 – Artes Cênicas e Ensino de Artes
Coordenação Prof. Dr.
Marcos Antônio Bessa-Oliveira
DOS SALÕES CLÁSSICOS ÀS RUAS DAS CIDADES:
uma leitura que dança nas escolas
Gnda Marina Maura de
Oliveira Noronha – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: o presente trabalho tem como
função registrar atividades desenvolvidas nesse primeiro período da pesquisa “ENTRE GINGAS E GINGADOS: o corpo e a bovinocultura
em cena na arte educação” no âmbito do PIBIC – Programa de Iniciação Cientifica
da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 2016/2017. O estudo vem
se desenvolvendo a partir do objeto desta pesquisa, o espetáculo “Cultura
Bovina?” do Grupo Ginga Cia de Dança de Mato Grosso do Sul, que tem por
finalidade (re)verificar a dança e suas diversidades tradicionais e
contemporâneas nos corpos dançantes no ensino de artes na escola. Por
conseguinte, a pesquisa se desenvolve atravessada pelos discursos da
bovinocultura e desses corpos como conceitos de artefatos culturais locais
“lidos” a partir de teóricos que buscam a “representação” da pluralidade desses
corpos pensados pedagogicamente na dança das produções artísticas estabelecidas
no estado. Com base nessas questões, o objetivo maior é romper com as
fronteiras que se estabelecem na arte e na educação.
PALAVRAS-CHAVE:Artes
Cênicas; Danças; Ensino de Artes.
AS INFLUÊNCIAS DAS DANÇAS URBANAS DENTRO DAS SALAS DE AULA
NA CONTEMPORANEIDADE.
Gndo – Ademir Izidio da
Silva Junior – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: O presente trabalho tem por
objetivo compreender como se dá a relação das danças da
contemporaneidade/danças urbanas dentro das salas de aula. A necessidade de
falar sobre este assunto surgiu a partir da minha experiência de Estágio
Supervisionado e algumas inquietações pessoais sobre a questão das danças
urbanas na sala de aula, pois, essas danças estão intrinsicamente ligadas nas
culturas desses alunos. Ao saber que teriam aulas de dança automaticamente
associam essas aulas a danças como: Axé, Funk, Hip Hop, Sertanejo e até mesmo o
balé. Sabendo que as nossas aulas de Dança não seriam o que os alunos
esperavam, me veio esta indagação sobre o porquê não trabalhar esses tipos de
dança dentro das salas de aula, já que isso é tão presente no cotidiano de cada
um e, por fim; levando em consideração se não devemos descartar aquilo que o
aluno tem de conhecimento histórico e sociocultural a respeito da dança? Busco
com esta pesquisa encontrar uma relação entre as danças da contemporaneidade e
a dança educativa e fazer com que essas danças que estão completamente ligadas
à cultura desses alunos sejam algo que proporcione conhecimento crítico,
reflexivo e social para esses sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Relações; dança na
educação; danças da contemporaneidade.
ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS DOS ALUNOS A
PARTIR DE UMA ARTE EDUCAÇÃO DO SER,
SENTIR E SABER
Gnda Gilza Adriana
Corona – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: Esta pesquisa pretende
investigar as variações comportamentais dos alunos da Escola Estadual Antônio
Delfino Pereira, na disciplina de Arte, observados durante o período de Estágio
Supervisionado obrigatório do curso de Artes Cênicas e Dança da UEMS no
primeiro semestre de 2016. Sendo esta pesquisa de caráter bibliográfico,
pretende-se relacionar o pensamento de autores como Viola Spolin, Marcos
Antônio Bessa-Oliveira, como também o ensaio “Estudos Culturais: uma introdução”, publicado no livroAlienígenas na sala de aula(1995), o PPP
da escola e os conteúdos propostos na disciplina de Arte na rede pública de
ensino, buscando fazer relações entre a realidade posta nas escolas, as
leituras e também com a prática vivenciada no período do estágio. Visto que,
neste último, observa-se que o comportamento dos alunos interfere diretamente
no trabalho realizado pelos professores, influenciando nos resultados que
pretendem alcançar, bem como as atitudes dos professores podem modificar o
comportamento dos alunos que participam ou não das aulas. Nosso objetivo maior
com a pesquisa é, nesse sentido, proporcionar um melhor aprendizado aos alunos
e, por conseguinte, ofertar ao professor melhores possibilidades no planejamento
das suas aulas.
PALAVRAS-CHAVE:
Comportamento; Alunos; Professores; Conteúdos de Arte.
PSICANÁLISE NO ENSINO DE ARTE: minha
experiência do Estágio Supervisionado
Gda Natali Allas dos
Santos – NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: A presente pesquisa foi
elaborada a partir da experiência do Estágio Curricular Supervisionado
Obrigatório realizado por mim nos anos de 2015 e 2016. Questões subjetivas,
comportamentais e afetivas que se fizeram presentes durante o estágio
despertaram meu interesse para o desenvolvimento de uma pesquisa voltada para o
encontro entre professor e aluno no que diz respeito às suas relações,
afetações e desejos. A Psicanálise possui grande relevância nesta pesquisa
bibliográfica que pretende estabelecer um diálogo entre a Psicanálise e o
ensino de Arte na escola. Valho-me em certa medida de alguns conceitos
psicanalíticos como “estrutura psíquica”, “inconsciente”, “desejo” e “processo
de transferência” com o intuito de entender melhor as relações entre professor
e aluno no ensino de Arte. Os conhecimentos aqui explanados instigam o
professor a repensar sua prática docente, meditar sobre suas vontades, rever
suas escolhas e pensar em novos caminhos com responsabilidade e maturidade
profissional e afetiva. Longe de encontrar respostas para os desafios
enfrentados pelo professor no ensino de Arte, a presente pesquisa intenta
explorar a teoria psicanalítica para compreender o fazer docente no contato com
o aluno. Trata-se, na verdade, de pensar o ensino de Arte para além das
convenções metodológicas (im)postas, seja pela Educação, seja pela
Arte-Educação: pois o que está em foco é a comunicação entre Psicanálise,
ensino de Arte, professor e aluno.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Arte;
Psicanálise; Formação Docente.
A IMAGEM DOS POVOS INDÍGENAS NOS LIVROS
DIDÁTICOS
Msda Maila Indiara do
Nascimento – PROFEDUC/UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO:
O Projeto de Pesquisa tem como objetivo
problematizar como os livros didáticos transmitem a imagem dos povos indígenas.
Serão feitas análises de três livros didáticos da disciplina de
Arte,utilizados na Rede Estadual do Mato Grosso do Sul, nas três modalidades de
ensino regular. Neste caminho investigativo, sob a ótica dos estudos
pós-coloniais, analisamos qual é a influência dos livros didáticos a partir da
“imagem” em relação aos povos indígenas, sendo que a escola tem poder de
implantar conceitos na sociedade. A partir disso, são formados conceitos
errôneos em torno da imagem do índio. Portanto, como é a imagem dos povos
indígenas transmitidas pelos livros didáticos? Ancorado na nova legislação
11.645/2008, o professor tem a chance de aprender a lidar com o diverso de
maneira ampla presente no contexto escolar. No entanto, já percebemos que é
criada e transmitida uma imagem dos povos indígenas a partir de discursos
eurocêntricos que continuam presentes em toda sociedade e quando nos referimos
aos povos indígenas e sua imagem nos livros didáticos, isso não se difere. Nesse
sentido, entendemos que ajudar a compreender a perspectiva da cultura
sul-mato-grossense a partir da imagem do indígena centrada no discurso europeu,
condena toda a cultura latino-americana. Fazendo uma revisão bibliográfica e
documental, pretendemos discorrer, a partir da perspectiva
pós-colonial/subalterna, sobre a imagem do índio (campesino) na cultura
brasileira (sul-mato-grossense) tendo autores que discorrem a partir dessa
perspectiva epistemológica: Spvak, Mignolo, Quijano, Castro-Gomes, Grosfoguel,
Freire, Candau, Hall, Nolasco, Bessa-Oliveira etc. A ideia é concretizar a
noção de que toda “imagem” que vemos (sobre o indígena) nos livros didáticos
está ancorada em uma perspectiva colonial dos sujeitos latino-americanos.
PALAVRAS-CHAVE: Povos indígenas, livro
didático, pós-colonialidade.
Dia 25 de maio
de 2017 – Quinta-Feira – das 14:00hs às 17:00hs
Mesa 02 – Artes em Cena na Contemporaneidade
Coordenação Prof. Dr.
Marcos Antônio Bessa-Oliveira
MOVIMENTOS ARTÍSTICOS DA HISTÓRA DA ARTE NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA
CONTEMPORÂNEA DE MATO GROSSO DO SUL
Gnda Jeannny Maria
Boldoni Borges – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: O estado de Mato Grosso do
Sul é reconhecido no Brasil pela biodiversidade, agricultura e pecuária. No
entanto sua vasta produção artística não se limita a essas questões geográficas
e econômicas. Como participante de uma região periférica, apesar de se situar
bem próximo dos grandes centros culturais reconhecidos (Sudeste brasileiro), a
produção artística de MS tem carência de estudos que se aproximem de sua
realidade cultural, mas que vislumbrem sua produção como integrante de um
cenário maior. Constam mais de 8000 obras no acervo do MIS – Museu da Imagem e
Som de MS – e acontecem contínuas exposições e espetáculos no Centro Cultural
José Octávio Guizzo e em outros espaços expositivos, ambos localizados na
capital Campo Grande retratando o estado em suas variadas peculiaridades e
cores, porém sem deixar de apresentar características de diversos tipos de
movimentos artísticos ainda que sejam composições da contemporaneidade. O
objetivo desta pesquisa é analisar como a História da Arte e o artista
Sul-mato-grossense se cruzam nas obras e porque, apesar de parecerem elementos
distantes, essa relação entre passado e presente influencia e participa da
construção da produção artística do estado. O estudo se desenvolverá a partir
de um levantamento de dados e estudos bibliográficos.
PALAVRAS-CHAVE: História da Arte;
Mato Grosso do Sul, Arte Contemporânea.
FRIDA KAHLO: ao
alcance dos nossos olhos e para além deles na contemporaneidade
Gndo Juliano Ribeiro de
Faria – NAV(r)E/UEMS
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – NAV(r)E/UEMS
RESUMO: Este trabalho primeiramente
quer investigar como a artista Frida kahlo rompeu com o modo de fazer arte que
vinha desde o Renascimento e com seu próprio período Moderno e ela acabou se
configurando na História da Arte mundial. No entanto, após essa investigação
nossos olhos se voltam para o espectro
de Frida kahlo na contemporaneidade no intuito de analisar as “impressões” que são transmitidas através
dos corpos dançantes no espetáculo Dance &Concept\coreografia Kahlo. Para
tanto, tomamos como base investigativa a perspectiva teórico-crítica de Jacques
Derrida, especialmente no livro Mal de
arquivo (2001), que faze ressaltar a persona
da artista Frida Kahlo sobreviver na
contemporaneidade e pulsar para
além-morte. Com este estudo, portanto, objetiva-se entender como a pulsão de
morte, percebida através dos corpos que dançam na contemporaneidade, das
personalidades marcadamente importantes da cultura mundial, ainda contaminam as
produções artísticas quase de modo geral e contribuem como corpus poéticos, quase estéticos, com suas peculiaridades
identitárias.
PALAVRAS-CHAVE:
Frida Kahlo; espectro; sobrevida.
O KOHIXOTI-KIPÁE COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL DA IDENTIDADE TERENA
Gnda Sara de Melo
Spinassé – UEMS/CNPq/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: A formação da identidade
cultural do Mato Grosso do Sul perpassa, apesar de estar situada na periferia
da produção artística brasileira, pelas produções artísticas das distintas
etnias indígenas, por exemplo, existentes no estado. Entende-se, neste estudo,
que as manifestações artísticas indígenas são geradoras de conhecimentos para a
produção da arte local. Diante disto, elegemos como unidade de análise a etnia
Terena, por possuir maior representatividade acadêmica na Universidade Estadualato Grosso do Sul (UEMS), porque a entendemos como
um grupo social que compõe e representa a “identidade cultural local na
contemporaneidade” e porque os Terenas são originários do estado do Mato Grosso
do Sul. Este projeto de pesquisa possui o objetivo de desenvolver um estudo dos
elementos da cultura da etnia Terena, especificamente, das pinturas corporais e
das danças, entendendo-as como arte formadora do processo identitário cultural
do estado do Mato Grosso do Sul. Para tanto, se faz necessário à observação das
produções artísticas da etnia, bem como realizar entrevistas com os indígenas
da comunidade, no intuito de estabelecer um panorama cultural da etnia Terena
dentro do contexto cultural local. Pretende-se com esta pesquisa gerar maior
visibilidade das produções artísticas das etnias indígenas, proporcionando,
assim, uma mudança de entendimento daquelas práticas como simples artesanatos
para uma manifestação artística formadora da identidade cultural dos indivíduos
sul-mato-grossenses. Para o desenvolvimento deste projeto faremos uso de
bibliografias diversas – antropologia da arte, teoria da arte, estudos
culturais entre outras – a fim de melhor embasar nossas discussões.
PALAVRAS-CHAVE:
Cultura Local; Arte Terena; Dança.
UM BREVE OLHAR SOBRE O ATUAL CENÁRIO DAS PRODUÇÕES
TEATRAIS CAMPO-GRANDENSE
Gndo Robson Rodrigo
Marques Júnior– IC-CNPq/UEMS – NAV(r)E
Prof.
Dr. Marcos Antônio Bessa-Oliveira– NAV(r) E/UEMS – Orientador
RESUMO: Após alguns meses de
pesquisa acadêmica notamos alguns fatores/obstáculos que os grupos teatrais sul
mato-grossenses enfrentam para se efetivar junto ao Setor Público o fomento ao
teatro na cidade de Campo Grande-MS. O presente artigo relata as primeiras
características notadas sobre o atual cenário cultural local, mais específico
do teatro, na cidade. Como postulamos no corpo do projeto vinculado à
IC-CNPq/UEMS (Projeto esse que dá origem ao presente artigo) intitulado “O
TEATRO PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS DA CENA: investigando os “palcos” de MS” se a
pesquisa acadêmica do campo das artes tem na atualidade um papel a cumprir é o
de fazer conhecer as produções e práticas artísticas que não estão em evidência
nas culturas onde estão inscritas. Portanto, o artigo em questão não trata
sobre grupos ou práticas artísticas específicas, mas sim de problemas
institucionais que corroboram para “não-inscrição” de tais grupos e/ou práticas
artísticas no contexto cultural atual. Vale ressaltar que, independente do
apoio do poder publico, os agentes/trabalhadores da cultura, em âmbito teatral,
mesmo que com poucos recursos, trabalham para que o fomento teatral seja
efetivado. Pois, bem sabemos que se houvesse de fato um apoio efetivo a esse
fomento, o acesso ao teatro, seja como expectador ou como produtor, se tornaria
muito mais amplo e democrático.
PALAVRAS-CHAVE: Teatro em
Mato Grosso do Sul; Produção Teatral; Fomento Cultural.
Dia 26 de maio de 2017 – Sexta-Feira – das
14:00hs às 17:00hs
Mesa 03 – A cena artístico-crítico-cultural sul-mato-grossense
Coordenação Prof. Dr.
Marcos Antônio Bessa-Oliveira
CORPOS-SELFIE: antropofagia virtual
e subalternidade
Gndo Leonardo Reinaltt Simão – IC-CNPq/UEMS – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos Antônio Bessa-Oliveira - UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: Entender o pensamento
filosófico histórico que define o entendimento moderno acerca do corpo é
compreender a fisiologia do poder que se perpetua no mundo contemporâneo cada
vez mais complexo. Os corpos que sempre foram subalternos em relação à razão ao
nosso modelo de mundo eurocefálico continuam sendo na era das redes sociais. A
cisão (cartesiana) entre corpo e razão se refaz em um novo mito: o eu real e o
eu virtual, com fronteiras nitidamente mais líquidas e com consequências de
atravessamentos mais incorporadas que nunca. Assim, a internet que tem a potência de libertar através da emancipação de
plurais, onde a comunicação epistêmica impõe uma razão do corpo singular, tem
servido aos sistemas de poder como novo rito de canibalismo. A carne dessa
pluralidade subalterna corpus-selfieé/são
imagens colocadas como hóstia em redes como Facebook,
Instagram etc. Pensar nos corpos de
povos tradicionais expostos a esse fenômeno de exposição do eu virtual, em
“posto, logo existo!”, exige sensibilidade e uma noção da incorporação do tabu,
isto é, a produção de um tabu totêmico: quer seja o corpo indígena quer sejam
os dos artistas que produzem arte-mais-que-periférica como mito primário a ser
catequizado. Esse corpo, desde que se dá sua virtualização é viralizado,
servido como iguaria para a supressão biopolítica às telas digestivas que
alimentam o poder. Nesse sentido, o índio (ou o negro) não viralizam como o
branco, a arte mais-que-periférica não é “curtida” como a arte paramentada
branca. A existência atravessada pela necessidade patológica de tornar-se
visualizável atua, conforme diz Christine Greiner, como agente de
invisibilidade dada a sua extrema exposição. Torna-se, portanto, mais
facilmente silenciado o sujeito cuja representação surge com o efeito dessa
antropofagia virtual enquanto fenômeno último de um discurso determinado que
constrói “uma política de produção de si e do mundo marcada por um processo
contínuo de territorialização, resultante da composição dos outros devorados e
de suas marcas no corpo”.
PALAVRAS-CHAVE: Corpo-política; Descolonialidade; Redes sociais.
DANÇA E TEATRO NA ARTE-EDUCAÇÃO:
linguagens que se retroalimentam criando possibilidades na construção do corpo
cênico
Gndo Rafaela de Oliveira Cardoso - UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos Antônio Bessa-Oliveira - UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: EsteProjeto de Pesquisa tem
por objetivo investigar possibilidades de ensino de duas linguagens artísticas
(Teatro e Dança), na educação formal, por meio de uma abordagem onde ambas se
retroalimentam, possibilitando a construção do corpo cênico (corpo
extracotidiano) em sala de aula. Essas linguagens têm suas especificidades, e o
que proponho investigar aqui são em quais aspectos elas se aproximam,
confluindo em práticas semelhantes; posto que o entendimento de que a dança e o
teatro se contaminam e se relacionam de forma complementar vem se consolidando
na contemporaneidade. Como mediar às relações que se constroem, entre as
linguagens retroalimentadas e os alunos, nas atividades propostas em sala de
aula, observando as potencialidades de cada aluno de forma que ambas as
linguagens possibilitem a construção do corpo cênico? Esta pesquisa está
carregada de possibilidades para pensar as relações dicotômicas entre teatro e
dança, para então descobrirmos os lugares de aproximações entre elas. As
contribuições dessas relações são fundamentais quando falamos do lugar de nossa
formação acadêmica, Artes Cênicas e Dança – Licenciatura, visto que a educação
formal ainda não dispõe de aulas de teatro e dança em seus referenciais, sendo
ministradas separadamente.
PALAVRAS-CHAVE: Educação;
Dança/Teatro; Corpo cênico.
TEATRAL GRUPO DE RISCO: linguagem
poética e ação sociocultural no Mato Grosso do Sul
Gnda NatháliaTomassini
dos Santos Borioli – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: O presente projeto tem como
objetivo investigar e analisar o método de pesquisa artística, trabalho e
montagem do Coletivo Teatral Grupo de Risco (TGR), bem como a construção da sua
linguagem poética, a fim de levantar uma reflexão teórico crítica sobre o modo
de produção cultural deste Grupo. O TGR com 28 anos de atuação no MS tem
trazido em seu trabalho temas regionais, políticos e socioculturais, o que tem
demonstrado um vasto campo de pesquisa e conhecimento artístico cultural.
Portanto, pretendemos evidenciar sua contribuição artística e histórica na
formação da identidade cultural do estado. Esta investigação será feita por
meio de entrevistas, questionários, consulta de documentos e analise do
conteúdo levantado, portanto uma pesquisa exploratória e de levantamento. Tendo
como base teórica autores (Bessa-Oliveira) (Nolasco) que estão (Re)Verificando
a cultura local de Mato Grosso do Sul por um prisma crítico-cultural, nossa
pesquisa quer situar a atuação do TGR na cultura.
PALAVRAS-CHAVE:
Teatral Grupo de Risco, poética, identidade cultural, Mato Grosso do Sul.
ARTE E CULTURA LOCAIS: a plástica
biográfica de Conceição dos Bugres
Gda Joelma Pereira de
Souza – UEMS/NAV(r)E
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: O presente projeto tem por objetivo discutir como as características/fragmentos
da cultura local alteram a produção artística. A pesquisa surgiu da inquietação
dos estudos das Disciplinas de “Artes Visuais” e “Arte e Cultura Regional”, do
curso de licenciatura em Artes Cênicas e Dança da Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul - UUCG - nas quais onde objetiva-se conhecer e compreender a
plástica como linguagem para praticar técnicas relacionadas às artes cênicas, e
como essas linguagens artísticas estão relacionadas à cultura. Logo, o estudo
abordará uma pesquisa bibliográfica, crítico-biográfica, da artista escultora
Conceição dos Bugres, fundamentada em textos de Bessa-Oliveira, Nolasco, entre
outros, para investigar a relação obra-vida ou a vida como obra artística. Por
conseguinte, a pesquisa evidenciará como se deu a relação cultural local com a
produção artística da escultora, bem como, investigando a relação entre as
diferentes linguagens da arte com a cultura, a pesquisa estará evidenciando a
produção artística local de Mato Grosso do Sul de uma perspectiva
contemporânea. Por fim, objetiva-se com o trabalho investigativo oferecer aos
artistas (plásticos, atores, dançarinos), acadêmicos, professores,
pesquisadores da arte local uma reflexão teórico-crítico-cultural do processo
criativo nas linguagens artísticas.
PALAVRAS-CHAVE: Artes Cênicas;
Linguagens Artísticas; Conceição dos Bugres.
QUATRO DÉCADAS DE ARTE EM MATO GROSSO DO SUL: balanços e desafios
futuros
Prof. Dr. Marcos
Antônio Bessa-Oliveira – UEMS/NAV(r)E/NECC
RESUMO: A
produção artística de Mato Grosso do Sul com seus 40 anos de divisão de MT –
plástica, audiovisual, cênica, musical – esteve nos últimos anos vinculada a
duas noções de arte e cultura bovinas: uma, a bovinocultura como mote das
produções artísticas; a segunda, o bovinoculturismo como modelos para as
produções artísticas. Ambas as “culturas bovinas” – bovinocultura e
bovinoculturismo – esboçam várias opções de discussões acerca das questões as
quais estão envoltas. Uma delas, em relação à bovinocultura, é que esta noção
está relacionada com trabalhos artísticos que se valem do boi como
característica cultural intrínseca às biogeografias
fronteiriças dos sul-mato-grossenses. Já em relação ao bovinoculturismo,
podemos dizer que uma de suas noções na cultura está posta por uma sistematização
de controle dos sujeitos dessas biogeografias
das produções artísticas locais nessa mesma fronteira sul. Portanto, tomando
essas primeiras ideias, este trabalho quer discutir acerca da “cultura do boi”
como repositório cultural e como controle da cultura local sul-mato-grossense
nessa tríplice fronteira (Brasil/Paraguai/Bolívia) a partir da noção de biogeografia como episteme para uma arte
descolonial. Nesse sentido, a ideia é discutir trabalhos artísticos e as biogeografias dessa fronteira sul, nas
diferentes linguagens com suas identidades, que estão produzindo arte e
conhecimento e circulando entre os espaços, tomando como ilustração a “imagem”
– simbólica ou real – do boi, para produção ou inscrição.
PALAVRAS-CHAVE: Arte Contemporânea;
Mato Grosso do Sul; Memória; Arquivo; Biogeografias